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segunda-feira, 1 de junho de 2009
Minhas posses materiais são poucas e eu deixo tudo para você...
Uma coleira mastigada em uma das extremidades, faltando dois botões,
uma desajeitada cama de cachorro e uma escudela de água que se
encontra fendada na borda.
Deixo para você metade de uma bola de borracha, uma boneca
rasgada, que você vai encontrar debaixo da geladeira, um ratinho
de borracha sem apito, que está debaixo do fogão da cozinha e u
ma porção de ossos enterrados no canteiro de rosas, e sob o assoalho
de minha cama. Além disso, eu deixo para você a memória, que, aliás são muitas.
Deixo para você a memória de dois enormes olhos marrons, a memória de uma caudinha curta e espetada, de nariz molhado e de choradeiras atrás da porta.
Deixo para você uma mancha no tapete da sala de estar junto à janela,
quando nas tardes de inverno eu me apropriava daquele lugar, como se
fosse meu, e me enrolava feito uma bolinha para pegar um pouco de sol.
Deixo para você um tapete esfarrapado em frente à sua cadeira preferida,
o qual nunca foi concertado com o tipo de linha certo, essa é a verdade.
Eu o mastiguei todinho, quando tinha ainda cinco meses de idade, lembra-se? Também deixo para você a memória da primeira surra que levei e também
todo o meu esquecimento.
Deixo para você um esconderijo que fiz no jardim, debaixo
dos arbustos perto da varanda da frente, onde eu encontrava asilo
durante aqueles dias de verão. Ele deve estar cheio de folhas agora,
e, por isso, talvez você tenha dificuldades em me encontrar. Sinto muito!
Deixo, também, e só para você, o barulho que eu fazia ao sair correndo
sobre as folhas de outubro, quando nós vagabundeávamos pelo bosque.
Deixo, ainda, a lembrança de momentos pelas manhãs quando saíamos
juntos pela margem do riacho, e você me dava aqueles biscoitos de baunilha.
Recordo-me das suas risadas, porque eu não conseguia alcançar aquele coelho impertinente. Deixo-lhe como herança minha devoção, minha simpatia, meu apoio quando as coisas não andavam bem; meus latidos quando você levantava a voz aborrecido... e minha frustração por você ter ralhado comigo todas as vezes que eu colocava o nariz debaixo da cauda. Eu nunca fui à igreja e nunca escutei um sermão. No entanto, mesmo sem haver falado sequer uma palavra em toda a minha vida, deixo para você exemplo de paciência, de amor e compreensão.
Sua vida tem sido mais alegre porque eu vivi.
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danoninhah sigo em frente
Bem Vindos ao meu novo blog
AAAAAAAAIN QUE TCHUTCHUCO , AAAAAAAAAAAAAH BUA :B
ResponderExcluirbeijomeliga :*